Este 17 de Maio chega em tempo eleitoral e, ainda que a Artábria nom se apresenta nem se apresentou nunca às eleiçons, nom podemos deixar de ter em conta esse facto, já que o seu resultado influi diretamente na língua e a própria campanha eleitoral já aponta alguns dados interessantes nesta questom que tanto nos preocupa.

Influi, por exemplo, no facto de que este ano nom haja convocatória de manifestaçom nacional, depois de que no ano passado houvesse nom só no 17 de Maio, mas também noutras datas, importantes mobilizaçons de muitos milhares de pessoas contra a política lingüística do PP.

A falta de convocatória nesta ocasiom aponta já para umha evidência, que nos sempre situamos como um problema: nom existe umha movimentaçom normalizadora independente dos interesses institucionais e eleitoralistas do BNG, força que impulsiona a plataforma “Queremos Galego”, na qual a Fundaçom Artábria nom participa precisamente porque no seu dia reclamamos a total independência do movimento normalizador em relaçom a qualquer sigla.

Nom se confunda essa reclamaçom com um rejeitamento genérico e preconceituoso aos “partidos políticos”. O que rejeitamos é a instrumentalizaçom partidarista dos instrumentos de luita social, porque isso os esteriliza como forças de verdadeira participaçom e transformaçom. Quando os movimentos estám montados por e ao serviço de umha organizaçom política concreta, como é o caso que comentamos, pode ser ativado ou desativado em funçom de interesses alheios à própria luita concreta, neste caso a normalizadora. Ou será que neste ano nom existem já os motivos que havia no ano passado para convocar umha mobilizaçom nacional pola língua?

Por outra parte, a campanha eleitoral está a deixar claro também, no caso de Ferrol, o absoluto desprezo que a maior parte das forças políticas que participam nas eleiçons sentem pola língua e sua necessária normalizaçom.

Seguramente o caso mais vergonhoso é o do PSOE, força governante cujo principal dirigente, Vicente Irisarri, ainda nom aprendeu a falar a língua deste país com um mínimo de dignidade e correçom. Alguém pode imaginar um dirigente partidário de qualquer força política a falar um espanhol tam ruim como o galego de Irisarri? A resposta é evidente: Nom.

No PP, suposta alternativa, os seus candidatos falam espanhol quase a tempo completo, com algumhas pinceladas de galego para enganar algum incauto, mas sem nengumha referência às medidas normalizadoras que irám implantar se ganharem as eleiçons. Isso é normal, proque essas medidas nom existem no caso do galego. Sim no caso do espanhol, que continuará a ser a língua imposta como tem sido durante tanto tempo que o nosso povo está a perder a língua própria de maneira acelerada.

Independentes por Ferrol segue o guiom da direita espanhola que representa, igual que o PP, neste tema. Nada podemos esperar de Juan Fernández e dos seus, salvo mais espanholizaçom e marginalizaçom do galego.

É verdade que forças como IU ou sobretodo o BNG representam algo diferente. Nom som agressivas nem desprezam o galego. Porém, as duas já governárom e nengumha delas aplicou um programa normalizador para regaleguizar o concelho de Ferrol. Nom passam de boas palavras e de umha galeguizaçom superficial da vida administrativa e da propaganda institucional: isso nom chega nem para começar a dar a volta à situaçom.

Diante desta paisagem, à Fundaçom Artábria, como parte do tecido associativo popular ferrolano, corresponde continuar a denunciar e a exigir mudanças políticas que possibilitem a recuperaçom do protagonismo social e institucional para a nossa língua. Nunca demos, nem vamos dar agora, cheques em branco a ninguém, porque sabemos que isso nom é bom e nom serviria à causa que estamos a reivindicar hoje aqui e todo o ano nas nossas atividades.

Estender a consciência, mostrar a utilidade e o orgulho de exercermos como galegos e galegas a tempo completo, reclamar a reorientaçom da Galiza para o mundo de mais de 200 milhons de pessoas que fala a nossa língua. Eis o labor a que temos dedicado todos estes anos de existência e que nos permite denunciar os incumprimentos e falta de compromisso dos partidos e das instituiçons. Só o espalhamento da consciência e a vontade de mais língua, de mais galego, poderá impor as transformaçons políticas necessárias que possibilitem umha Galiza em galego.

A luita por um Ferrol e por umha Galiza em Galego continua!

Na Galiza, em Galego!

Ferrol, 17 de Maio de 2011

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